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Adeline Delgado

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Alegre, descontraída, otimista e com fé em Deus:"Uma pessoa comum, um filho de Deus...". Gosto de psicologia, comunicação,moda, artes...de observar, ouvir e contribuir com pessoas!

6 de jan. de 2023

                                                         

                      

                      Quanto tempo para ler um livro?

Antigamente eu me cobrava ler um livro por semana, especialmente em janeiro, por estar normalmente em férias do meu trabalho. Durante o ano era mais compassiva comigo mesma e me permitia um livro por mês. Agora, no entanto, já não tenho tanta pressa, assim como não tenho tantos encontros para saborear conversas sobre nossas leituras. Não fiz as contas, mas creio que levei quase um ano para terminar o saboroso "Talvez você deva conversar com alguém". Grifei-o; anotei comentários de rodapé, assim como parei diversas vezes para refletir sobre meu desejo de ser mais útil às pessoas, com a formação em psicologia. "Por que não posso somente ser?" Foi assim, com essa reflexão que ecoou em mim, que a autora encerrou o ultimo capitulo.

Confesso que o tempo decorrido foi por muitas vezes, por estimular a minha reflexão sobre a própria vida, as escolhas que estou prestes a me decidir, bem como análise apurada do comportamento de alguns terapeutas. Os terapeutas não realizam  transplantes de personalidade, apenas ajudam a aparar as arestas.

Alguma reflexão trará aqui para você. Uma analogia perfeita sobre problemas pessoais: Em um desenho animado em que um prisioneiro balança as grades desesperadamente tentando escapar, mas tanto à direita como à esquerda, a cela está aberta e ele só enxerga a situação paralisada em sua frente. Isso acontece com a maioria de nós quando nos sentimos empacados em nossas celas emocionais. Liberdade envolve responsabilidade, e existe uma parte na maioria de nós que acha a responsabilidade assustadora. Seria mais seguro ficar na prisão? Isso é algo que estão fazendo comigo, ou eu estou causando a mim mesma?

Dá para entender porque algumas literaturas são tão densas. Elas nos encontram, nos questionam e por vezes nos despertam.

Refletindo sobre os terapeutas, frequentemente o paciente abandona a terapia por descobrir a humanidade em seu terapeuta. Quando ocorre isso? Encontro na rua, fotos pessoais nas redes sociais, por exemplo. Por outro lado algumas pessoas se dizem viciadas em terapia. Ou seria trocar o termo para viciada no terapeuta? Em inglês se escreve Therapist e é soletrado da mesma maneira que The Rapist, “o estuprador”... Uma piadinha para quebrar o gelo. Muitas vezes é difícil estar ali com alguém que você não conhece. Mas a vantagem de sê-lo, um desconhecido, é o sucesso destes encontros. Os terapeutas são treinados para escutar também o que não é dito. Você não esta ali para se aconselhar com o terapeuta, mas para se aconselhar com você mesma, reconhecer sentimentos que por vezes foram desconsiderados na infância. Quando a criança está brava e é minimizado o que ela sente... ”isso é uma bobagem, só por isso você está bravo?” – Quantas vezes não fizemos isso com nossas crianças na melhor das intenções desviando a atenção para algo mais sério, mas que nem cabe entrar em questão. Compartilhar verdades difíceis trás um custo, a necessidade de encará-las, mas também há uma recompensa: a liberdade. A verdade nos liberta da vergonha.

Lembrando-se de outro livro que li nesse interim, do Victor Frankl, sobre a logoterapia (terapia do significado), enquanto Freud acreditava que as pessoas são impulsionadas pelo prazer, a busca-lo evitando a dor, Frankl defendeu que o impulso fundamental do ser humano é o de encontrar significado em suas vidas, em lugar da busca pelo prazer. “Tudo pode ser tirado de um homem, menos uma coisa, a ultima das liberdades humanas: escolher uma atitude em qualquer série de circunstâncias”, afirmou Frankl.

Entre o estimulo e a resposta está o nosso poder de escolha, e em nossa resposta está nosso crescimento e a nossa liberdade.

 

 

 

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